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Expressão e Arte: O Legado Artístico da UFAM

  • Foto do escritor: Manauarou
    Manauarou
  • 15 de set. de 2024
  • 9 min de leitura

Atualizado: 28 de nov. de 2024

Nesta matéria, conheça cinco cantoras talentosas que passaram pela UFAM e como suas trajetórias acadêmicas e musicais se entrelaçam, trazendo visibilidade e valorização à cultura local.

Vamos explorar o talento de cinco artistas que já estudaram ou ainda estudam na Universidade Federal do Amazonas (UFAM). A UFAM é um celeiro de expressões artísticas que têm impactado a cena musical, revelando talentos que contribuem para a diversidade e riqueza cultural da região. Ao longo dos anos, vários artistas que passaram pelos corredores da universidade conseguiram harmonizar o ambiente acadêmico com suas carreiras artísticas, usando suas vozes para promover não apenas sua música, mas também a cultura local.

Cada uma delas trilhou um caminho único, seja em cursos relacionados às artes ou em áreas diversas, mas todas encontraram na universidade uma plataforma para desenvolver suas habilidades e ganhar visibilidade. A formação acadêmica, por sua vez, também contribuiu para moldar suas perspectivas artísticas, unindo conhecimento teórico com prática musical. Em seguida, falaremos individualmente sobre cada uma dessas artistas, detalhando seus cursos na UFAM e suas trajetórias musicais, mostrando como elas têm se destacado e o legado que estão deixando no cenário cultural amazonense


Anne Jezini

Via Instagram


Anne Jezini é uma artista multifacetada de Manaus que vem se destacando na cena musical brasileira por sua habilidade como cantora, compositora, produtora executiva e articuladora cultural. Sua música é marcada por uma sensibilidade única e uma voz que transita entre o etéreo e o visceral, refletindo tanto sua profunda conexão com suas raízes amazônicas quanto seu olhar atento para temas universais.

Em 2015, lançou seu primeiro álbum, "Toda Queda Guarda Um Susto", um trabalho que chamou a atenção pela sua lírica poética e arranjos minimalistas, trazendo uma sonoridade envolvente que explora as nuances emocionais da queda e da renovação. O álbum estabeleceu Anne como uma das vozes mais promissoras da cena independente. No ano seguinte, ela deu continuidade ao seu trabalho com o lançamento de "Cinética" (2016), um disco que aprofunda suas experimentações sonoras e expande seu repertório musical, explorando camadas de texturas e ritmos que flertam com o eletrônico, sem deixar de lado a forte presença melódica de sua voz. Em 2023, Anne Jezini alcançou um novo marco em sua trajetória com o lançamento de "Em Fuga", um álbum viabilizado pelo projeto Natura Musical, que se destaca não apenas pela evolução artística da cantora, mas também pelo seu papel como produtora executiva. "Em Fuga" revela uma Anne mais madura e com uma profunda compreensão das complexidades humanas, traduzidas em suas canções com profundidade e autenticidade. Este trabalho reforça seu talento em combinar influências regionais com uma sonoridade contemporânea e global, proporcionando ao público uma experiência imersiva.

Em 2022, a cantora foi  a responsável pela produção executiva do filme “É Deslumbrante Aqui Embaixo”. O projeto teve origem durante sua participação na residência artística Labverde, em 2019, e reúne uma série de vídeos que exploram a interação contemplativa e passiva entre o ser humano e o meio ambiente. Esses registros, capturados ao longo de cinco anos em diversas partes do mundo, como Manaus, Amazonas, Rio de Janeiro, Croácia, Chapada dos Veadeiros, Ilha do Marajó e Ilhas Canárias, são o resultado de uma profunda conexão entre paisagens naturais e a percepção humana.

A experiência audiovisual foi apresentada exclusivamente na sala de imersão acústica da Casa da Ciência, localizada no Bosque da Ciência - INPA. Em agosto de 2024, Anne Jezini também realizou uma exposição sobre o filme na Galeria do Largo, onde “É Deslumbrante Aqui Embaixo” ficará em exibição até o dia 27 de setembro.

Além de sua carreira musical, Anne é uma articuladora cultural, atuando em projetos que fomentam a cena artística local em Manaus e promovem a valorização da cultura nortista. Seu trabalho vai além dos palcos, engajando-se ativamente na produção de eventos e iniciativas que criam oportunidades para outros artistas emergentes e fortalecem o cenário musical da região. Essa versatilidade faz de Anne Jezini uma das figuras mais influentes e criativas da música brasileira contemporânea.


  • Biologia (com ênfase em biodiversidade e conservação)


Karen Francis

Via Instagram


Karen Francis, cantora e compositora nascida em Maués, no interior do Amazonas, é uma das vozes em ascensão na música nacional. Seu talento e sua autenticidade se destacam tanto pela potência de sua voz quanto pela profundidade de suas composições. Trazendo em sua obra uma mescla de influências que vão da música regional amazônica ao pop, R&B e soul, Karen conquistou a cena musical com sua originalidade e presença marcante.

Em 2023, Karen foi selecionada para o prestigiado programa "YouTube Black Voices", uma iniciativa que apoia criadores negros ao redor do mundo, oferecendo recursos e visibilidade para fortalecer suas vozes. Essa participação projetou ainda mais sua carreira, abrindo portas e conectando-a com um público ainda maior. No mesmo ano, ela foi indicada ao Prêmio Multishow 2023, uma das premiações mais importantes da música brasileira, confirmando seu reconhecimento como uma das novas promessas da indústria musical.

Sua discografia reflete uma artista em constante evolução. Em 2018, Karen lançou o EP "Acontecer", marcando sua estreia oficial no cenário musical. O EP trouxe uma sonoridade que mistura ritmos modernos com a sensibilidade da música brasileira, destacando-se por letras que exploram questões existenciais e afetivas, conquistando o público com sua voz suave e, ao mesmo tempo, poderosa. Já em 2023, Karen Francis lançou o álbum "Anos Luz", uma obra que reflete o amadurecimento de sua carreira e a expansão de sua identidade artística. Com letras introspectivas e arranjos que dialogam com elementos eletrônicos e orgânicos, o álbum é uma jornada emocional que aborda temas como autoconhecimento, superação e a busca por conexões genuínas. "Anos Luz" foi aclamado pela crítica e pelos fãs, consolidando Karen como uma artista versátil e inovadora.

Além de seu sucesso individual, Karen Francis se destaca como uma artista que representa a força e a diversidade da música amazônica no cenário nacional, trazendo suas raízes de Maués para o centro da música contemporânea. 


  • Licenciatura em Música 


Uma Póvoas (Giovanna Póvoas)

Via Instagram


Uma Póvoas, nome artístico de Giovanna Póvoas, é uma talentosa cantora, compositora e violonista nascida em Manaus, que vem ganhando destaque na cena musical nortista. Com uma trajetória artística marcada pela inovação e pela autenticidade, ela transita por diversos gêneros musicais, desde a música popular brasileira até influências mais contemporâneas, criando um estilo próprio que reflete suas raízes amazônicas e sua constante busca por novas sonoridades.

Uma parte essencial de sua carreira foi sua participação no icônico duo manauara "Chapéu de Palha", que se tornou uma referência na cena musical local e além. O duo lançou em 2019 o EP "Eu", que chamou a atenção por suas letras sensíveis e arranjos delicados, evidenciando a habilidade de Giovanna como compositora e instrumentista. Em 2021, o duo consolidou sua presença com o álbum "Cais", que explorou ainda mais as nuances da MPB, com uma sonoridade intimista e ao mesmo tempo expansiva, abordando temas como amor, saudade e pertencimento. Esse trabalho rendeu ao Chapéu de Palha uma base fiel de fãs e reconhecimento pela crítica.

Agora em sua carreira solo, Uma Póvoas continua a explorar novas fronteiras musicais, sem perder o fio da sensibilidade que marcou seu trabalho anterior. Em 2023, ela lançou os singles "Boca de Boca", "Movimento Solar" e "Quero Te Dar Meu Coração", que demonstram a evolução de sua musicalidade. "Boca de Boca" traz uma combinação cativante de ritmos envolventes e uma letra que fala sobre os encontros e desencontros do amor, enquanto "Movimento Solar" se destaca por sua suavidade, criando uma atmosfera meditativa e introspectiva. Já "Quero Te Dar Meu Coração" exibe uma faceta mais romântica e emocional.

Com esses lançamentos, Uma Póvoas reafirma seu talento como uma artista multifacetada, que sabe navegar entre diferentes estilos musicais, sempre trazendo um toque pessoal e inovador às suas composições. Além de sua habilidade como violonista, sua voz suave e envolvente tem sido uma de suas marcas registradas, encantando o público com interpretações autênticas e carregadas de emoção.


  • Licenciatura em Música 


Elisa Maia


Via Instagram


Elisa Maia é uma cantora, compositora e produtora cultural manauara que se destaca na música brasileira por sua trajetória singular e por sua forte ligação com a cena musical do Norte do país. Com uma carreira iniciada aos 21 anos, Elisa deu seus primeiros passos artísticos ao integrar a banda amazonense de reggae Johnny Jack Mesclado, uma das mais influentes na cena musical regional. 

Em 2013, Elisa Maia deu início à sua carreira solo com o lançamento do EP "Ser da Cidade", gravado em Belém. Este trabalho foi um marco em sua carreira, apresentando sua voz única e suas composições que misturam influências regionais com uma sonoridade contemporânea. "Ser da Cidade" explora temas como a identidade, o pertencimento e as complexidades da vida urbana, enquanto revela a sensibilidade de Elisa em captar as nuances da vivência amazônica. O EP foi bem recebido tanto pela crítica quanto pelo público, consolidando sua presença na cena musical independente e projetando sua carreira para além das fronteiras da Amazônia. Em 2023, após uma década de evolução artística e pessoal, Elisa Maia lançou o EP "Dança Sozinha Sessions", uma obra que reflete seu amadurecimento musical e sua constante busca por novas formas de expressão. Este EP explora uma estética mais íntima e minimalista, onde a voz e os arranjos sutis criam um ambiente de introspecção e autenticidade. Com uma abordagem que mistura música eletrônica, R&B e elementos orgânicos, "Dança Sozinha Sessions" aborda temas de liberdade individual e empoderamento, marcando uma nova fase na carreira da artista. O EP também reafirma Elisa como uma das vozes mais inovadoras da música manauara contemporânea.

Além de sua atuação como cantora e compositora, Elisa cursou Arquitetura e Urbanismo e chegou a atuar profissionalmente na área. No entanto, em 2010, ela decidiu seguir sua verdadeira paixão: a música. Ao deixar a Arquitetura, Elisa se dedicou integralmente à sua carreira musical e passou a fazer parte do Coletivo Difusão. Maia também é uma importante produtora cultural, desempenhando um papel ativo na promoção e fortalecimento da cena musical local. Ela tem sido uma figura central na articulação de projetos que visam dar visibilidade a artistas independentes do Norte do Brasil, criando pontes entre a cultura amazônica e o cenário musical nacional. Sua atuação como produtora cultural é um reflexo de seu compromisso com a valorização da cultura nortista e com a ampliação de espaços para que novos talentos possam florescer. Sua trajetória, tanto no reggae quanto em sua carreira solo, é um exemplo de resistência e criatividade, inspirando novas gerações de artistas e contribuindo para o fortalecimento da música e da cultura do Norte no Brasil.


  • Filosofia (cursando)


Gabriella Dias

Via Instagram


Gabriella Dias é uma talentosa cantora e compositora que vem se destacando na cena musical brasileira por sua voz marcante e suas composições profundamente conectadas com as raízes culturais e naturais da Amazônia. Com uma estética que mistura a suavidade da música popular brasileira com a força da ancestralidade e a riqueza de sua terra natal, Gabriella tem cativado públicos de diferentes regiões e consolidado seu lugar como uma das grandes promessas da música independente.

Em 2021, Gabriella lançou três singles que refletem seu olhar poético e sensível sobre a natureza e a vida. "Rio Negro Sazonal", lançado naquele ano, é uma ode ao ciclo das águas e à grandiosidade do Rio Negro, que não só representa sua terra, mas também sua relação profunda com a Amazônia. O single foi bem recebido por sua riqueza lírica e pela leveza melódica que traz uma sensação de conexão com a natureza. Também em 2021, lançou "Lua de São João", uma canção que mescla tradições culturais das festas juninas com uma sonoridade moderna e intimista. A música celebra o imaginário popular, trazendo à tona memórias e sentimentos que fazem parte do universo afetivo de muitos brasileiros. Nesse mesmo ano, Gabriella completou sua trilogia de lançamentos com "Ancestrais", uma música que reverencia suas raízes e as tradições de seu povo, resgatando a força dos que vieram antes dela e reforçando a importância da ancestralidade na sua arte.

Além de sua carreira solo, Gabriella Dias tem se envolvido em projetos colaborativos que demonstram sua versatilidade como artista e sua habilidade em se conectar com diferentes estilos e linguagens musicais. O "Show Gaia" é um desses projetos, onde ela explora temáticas ligadas à natureza, ao feminino e à espiritualidade, em performances que combinam sua força vocal com uma atmosfera imersiva e visualmente rica. Outro projeto importante de sua carreira é o espetáculo "GilCaê", uma parceria com o músico Nando Montenegro, que faz uma releitura das obras de dois grandes ícones da música brasileira: Gilberto Gil e Caetano Veloso. Através de suas interpretações, Gabriella e Nando conseguem trazer uma nova perspectiva para as canções desses mestres, destacando a atemporalidade de suas obras e sua influência nas gerações atuais.

Gabriella também integra o grupo "Delírio Cabana", ao lado de Luli Braga, Bruno Mattos e Nando Montenegro. O grupo é conhecido por seu som regional amazônico, criando uma identidade sonora única que reflete a diversidade cultural da região. No Delírio Cabana, Gabriella se destaca não só como intérprete, mas também como uma das forças criativas por trás das composições e arranjos do grupo.

A trajetória de Gabriella Dias é marcada por uma constante busca por inovação e autenticidade, sempre mantendo suas raízes amazônicas como uma fonte inesgotável de inspiração. Seja em seus lançamentos solo ou em seus projetos colaborativos, Gabriella segue explorando novas formas de expressão artística, reforçando seu compromisso com a cultura e com a arte como meio de transformação.


  • Licenciatura em Música


A Universidade Federal do Amazonas (UFAM) tem sido um importante berço para o desenvolvimento artístico e cultural na região Norte, formando talentos que vêm ganhando destaque na cena musical nacional e internacional. Artistas como Anne Jezini, Gabriella Dias, Elisa Maia, Uma Póvoas e Karen Francis são exemplos de como a UFAM tem contribuído para a valorização e disseminação da cultura amazônica por meio da música. Suas trajetórias mostram o poder transformador da educação e da arte, evidenciando a riqueza criativa que nasce na Amazônia.

 
 
 

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